Menos Que Banal
Johnson Soarez
Vais
Onde estais
Na transparente
retina
Ao som latejante dos
animais
Na aparente angústia
Procura nas ruas
Um toque menos banal
Triste
Podem ser tristes
Os fardos dos nossos
dias
Expondo-nos feito
carne esquartejada
A venda na vitrina
Secando-nos a cada lágrima
caída
Violentando-nos o que
resta de autoestima
A viagem é longa
E por mais tempo que
se viva
Há que se aprender
A carregar essa
mochila
E faze-la leve
Como se fosse a vida
Uma imensa, larga
E misteriosa avenida
Para se andar
Qualquer lado, direção
É preciso estar
Sempre aberto coração
Tem que estar
descalço
Pés nus solo
Mão na mão
Se encontrar liberto
Nos perigos sem razão