quinta-feira, 17 de novembro de 2011














Menos Que Banal
Johnson Soarez

Vais
Onde estais
Na transparente retina
Ao som latejante dos animais
Na aparente angústia
Procura nas ruas
Um toque menos banal

Triste
Podem ser tristes
Os fardos dos nossos dias
Expondo-nos feito carne esquartejada
A venda na vitrina
Secando-nos a cada lágrima caída
Violentando-nos o que resta de autoestima

 A viagem é longa
E por mais tempo que se viva
Há que se aprender
A carregar essa mochila
E faze-la leve
Como se fosse a vida
Uma imensa, larga
E misteriosa avenida

Para se andar
Qualquer lado, direção
É preciso estar
Sempre aberto coração
Tem que estar descalço
Pés nus solo
Mão na mão
Se encontrar liberto
Nos perigos sem razão


sábado, 12 de novembro de 2011


BAGDÁ
De: Johnson Soarez (1990)

Velhas engrenagens
Na manhã de dia que nunca chegou ao seu fim
Barro, pedra, aço
Mola sob mola
O dedo no gatilho
A mão no botão

Somente o medo
E cinzas na solidão voraz
A sombra azul de uma águia
Rasga os céus de Bagdá

Estilhaços vidros
Vidas aos pedaços
Refletido a cármica manhã
Fragmentos cenas do passado ainda presente
Em full HD pro mundo
Ao vivo na televisão

O clarão da bomba
O cogumelo
O calor
O gás letal
E dos escombros um mutante!
É o coração de Bagdá